quinta-feira, 12 de março de 2009

Eu gosto do escuro
E do doce silêncio do vazio
Gosto do gosto de nada
Eu gosto da paz da solidão
Que me invade quando fico aqui
Eu gosto do nada insípido
do nada insone,
do nada insensível,
do nada invisível,
da ausência absoluta de cor.
Gosto do susto leve que é o nada, que só surpreende por ser nada.
Gosto da tranquilidade que é o "sem".
Gosto da segurança que é o não, o não que nega o novo.
o novo é o "com", o "com" assusta bruscamente, não é como o nada.
Não! Não ascenda a luz!
Não quero surpresas!
Onde nada habita
Também não habita a dor.
Onde nada se vê
Também não se sente.
Recuso a felicidade para evitar frustrações
Já me habituei ao nada completo
Ele me mantém entre o "sem" e o "não"

8 comentários:

  1. Ah... é bom deixar claro que apesar do texto, as luzes na minha vidinha estão bem ligadas! \o/

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  2. Adorei!!! Muito bem escrito.
    Um bom jogo de palavras e sentidos.

    "Gosto do gosto de nada"

    Realmente muito bom.

    Bju

    PS: Continue assim, melhore cada vez mais e quando vc chegar no ápice, meu plano começará e suas escrituras serão minhas... minhas.... hehe

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  3. O Chapa é mau! Muahahahahahahaaaaaaaaaaa

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  4. Oi
    Vou começar dizendo que eu detesto o nada. Até porque o nada não me diz nada. E eu, como leitor, desprezo o que nada me diz. E "recusar a felicidade para evitar frustrações" é um excesso. Penso que poesia é encarar a vida, viver tudo o que ela tem de bom e ruim. E faz parte disso, pregar isso em poesia. O escritor russo Máximo Gorki dizia: primeiro viver depois escrever. O leitor não quer fugas. Quer enfrentamentos. Enfrente a vida. Teu poema é uma recusa. Está bem escrito, mas, filosoficamente, foge. Poesia requer coragem.

    Esta é uma crítica construtiva. Ela se autodestruirá daqui a cem anos. Nesse meio tempo lembre-se dela ou a ignore.

    Um abraço fraterno do

    Pedro Stiehl

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  5. Este comentário foi removido pelo autor.

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  6. Todo mundo passa por certos momentos difíceis, quando parece que nada mais tem solução, e que a vida já não tem muita importância.
    Às vezes a maior forma de demontrar coragem é expondo os sentimentos mais feios, que a maioria das pessoas esconderia para sempre.

    Ah, e dê uma lida nisso, Pedro:

    "Ah... é bom deixar claro que apesar do texto, as luzes na minha vidinha estão bem ligadas! \o/"

    Tu te esforçou em criticar o poema, mas parece que esqueceu que é uma obra. Não sabes diferenciar criatura e criador? O escritor que cria um personagem assassino não deve ir para a cadeia.


    Belo poema, Mona! Adorei a crueza como tu expôs os sentimentos, é algo que, mesmo em ficção, poucos conseguem, e têm coragem, de fazer. Afinal, é fácil olhar só as coisas bonitas da vida, não é?

    Continue assim, e não deixe tuas luzes se apagarem!

    Beijo!

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  7. Também quero dar o meu recado pro Pedro, posso não ser uma poetiza, nem uma amante inveterada das letras, mas como todo bom artista, e eu sou, tenho a minha visão sobre a Obra da Ramona:

    Stanislavski, um dos maiores pensadores do teatro, em uma época em que não ainda havia técnicas de encenação ele criou uma, chamada "memória afetiva". Esta técnica consistia em resgatar memórias de vivencias antigas para demosntrar emoções em cena, não se surpreenda Pedro: TAL TÉCNICA FOI O SEU MAIOR FRACASSO, pois um dia as emoções vividas são superadas, esquecidas, etc. Com essa experiência Stanislavski concluiu que o ator em cena deveria estar inconciente, conscientemente, deveria PERMITIR QUE O NADA O INVADICE para dar vida própria à personagem.

    Gostaria de lhe dizer Pedro, que o maior desafio da ator é limpar sua mente, se permitir ser invadido pelo nada e eu não só como atriz, mas também como apreciadora da literatura, admiro muito alguém que consiga FAZER DO NADA TÃO BELA POESIA!

    Um Abraço Fraterno!

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  8. Falar do Niilismo ou de qualquer conceito adjacente a esse "movimento" seria fazer conjecturas onde já existem suposições sobre as conjecturas das conjecturas dentro do infinito da filosofia. No entanto, o nada me atrai. Esse elemento (ou a falta dele) sai da sistemática e dos absolutos paradigmas, não para revolucionar, mas para se criar novos caminhos. Seria uma fuga da realidade ou um recurso do pensamento? Talvez...O que se sabe é que o texto é muito maior do que aquele que escreve. Muito bom! Lucas

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