domingo, 17 de maio de 2009

Surgiu inesperadamente
Ofertando ouro a quem a dor tinha empobrecido.
Aproximou-se mansamente
Oferecendo um pulsar novo
A um coração já quase parado.

Veio para tomar um café, dois.
Presenteou-me com um poema.
Citou-me “Entre Dois Cafés”.

Veio falando sobre Caio Fernando Abreu,
Descobriu Clarice Lispector,
Um ou outro trecho de Martha Medeiros.

Veio trazendo uma música alegre
Aos meus tímpanos mortos para o som do amor
Apreciou comigo: Lenine, Leoni, Lobão.

Veio com a timidez de um menino acanhado
Acabou por me beijar ao som de Beatles,
Assim mesmo, bem “retrô”
Trilha de um romance careta
Com espaço só para dois.

quinta-feira, 14 de maio de 2009

Outra vez a sensação de tragédia iminente se apodera da minha coragem,
volta a limitar os meus passos,
a me fazer desfilar em uma corda bamba.
Sei que transpiro temor.
Sei que meus olhos refletem pânico.
Estou atenta ao fino limiar que ainda dividade a minha sanidade da loucura total.
A qualquer momento ele se rompe,
tudo bem... nada pode ficar mais confuso
nem mais escuro do que já está.
Minha mente apagou as luzes,
E só o medo zela por mim.