sábado, 31 de julho de 2010

Caro amigo,



Escrevo-te essa carta para falar da grande felicidade que sinto ao te ver, da felicidade que senti ontem e da que já sinto agora por antecipação, afinal, tu estarás lá.
Quero te entregar essas palavras mal escritas, frutos do amalgamado de coisas que carrego vivas e quentes no peito. Sei que tu entenderás:

Lembra quando nos diziam que tudo é questão de tempo?
Pensávamos... Ah, esses adultos! Acham que temos tempo sobrando a ponto de esperar por algo!
De tantos planos que tínhamos o dia todo era muito pouco e as horas em que nos reuníamos para sonhar eram valiosas.
Se tivéssemos continuado como naquele tempo precioso, talvez tivéssemos conquistado o mundo, talvez trouxéssemos um mega show para a cidade ou quem sabe um circo (onde seriamos os três palhaços), talvez vivêssemos só de amor ou de vodka.
Consumimos tanto tempo imaginando que nos esquecemos de pensar que certamente um dia tudo seria realidade e que enfim as nossas realidades não seriam mais as mesmas.
Fato.
Hoje somos realizados e não imaginamos mais nada juntos.
Acho que hoje até concordamos com os “velhos” que nos diziam que tudo é questão de tempo, porque é mesmo.
É só questão de tempo para que tenhamos saudades, para que o porta retrato fique empoeirado e para que nosso grande plano fique obsoleto. 

Ramona C. Reichert
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Dedico com amor esse breve texto para nós, os três mosqueteiros ou patetas de sempre! Geison, Diego e eu.
Ps: GEJOBI (eles sabem!)

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Um Sopro de Vida - trecho

"... E quando voce me dá sua mão fria, eu, a quente, sinto um arrepio na espinha e te mato, mato, mato até voce ficar completamente morto e inaproveitável para qualquer outra mulher, eu de novo te mato, mato e mato.
Eu não quero você para nada "seu" mão fria.
Vou por aí procurar mão quente, e mando você para a puta que te pariu meu grande amor..."

Clarice Lispector

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Roda Viva



É, acho que estou em uma fase meio Chico Buarque.
Queridos, não caçoem das minhas "velharias"... eu adoro! hehe

terça-feira, 6 de julho de 2010

Carolina


Sabe, às vezes lembro-me de Carolina.
Menina que sempre pareceu mais jovem do que era e que tardou a tomar formas,
Suas lindas, bem definidas e delicadas formas femininas.
Carolina parecia doce, mas era veneno.
Nunca teve talento para ser vítima e de suave só tinha a pele
Clara pele que escondia temperamento de leoa.
Ah! Quantas paixões ela despertou...
Tantos corações partiu com sua natural indiferença.
Lembro-me de ter visto homens, homens grandes chorando por ela em meus ombros.
Carolina nunca teve tempo para eles.
Ela era noturna. Dormia com o sol alto e saia ao entardecer para voltar quando o sol nascia.
Estranho, todos demoramos muito para perceber que Carolina não era comum.
Não era como eu, ela, ele, como nós.
Carolina era diferente.
Nunca gostou de estudar, nunca pediu permissão, nunca hesitou diante de uma decisão e nem teve medo de qualquer perigo.
Ela não parecia desse mundo e sempre surpreendia.
Carolina um dia cortou os cabelos longos, os revoltou, comprou novas roupas, incomuns como ela e preparou as malas.
Ninguém acreditava, mas Carolina já tinha o apartamento alugado, as passagens compradas e um novo rumo traçado.
Foi embora.
Depois que descobriu que a vida estava toda fora, longe de nosso “casulo” foi cada vez mais pra longe.
Hoje sabemos, a Carolzinha é mulherão que nasceu para a arte.
Hospeda em seu corpo um milhão de mulheres e homens... hospeda em si todos os personagens que espera ansiosa por poder revelar.
Carolina vive muitas vidas, e só o faz porque um dia abriu mão da dela.
Da pacata vida que levava ao meu lado.

Ramona C. Reichert


domingo, 4 de julho de 2010

"Que cada um diga o que fez,
a que veio
e por que ficou.
E que cada um tenha a coragem de,
não sabendo por que permanece,
retirar-se".



Boal