domingo, 26 de abril de 2009

Ainda atendemos pelos mesmos nomes,
Embora não sejamos mais os mesmos.
Ainda temos nas faces a mesma palidez,
Embora agora eu me sinta absoluta
E você pareça obsoleto, sem quem ria das tuas gracinhas ou ature tuas manias.

Aqueles dois também continuam a atender pelos mesmos nomes,
Embora não sejam mais os mesmos.
Também carregam em suas faces a mesma palidez,
Embora eu o sinta absoluto
E a oposta parte pareça aliada ao incerto, ao relativo, ao inconcreto.

Este composto de frases é inconcluso.
Um dia o terminarei com: "E todos viveram felizes para sempre"

terça-feira, 21 de abril de 2009

Eu,
Penso,
Grito,
Sinto,
Corro,
Vivo,
Mordo,
Me bato,
Me quebro,
Me acabo,
Me parto em pedaços
Mando tudo para "o raio que o parta" e
Me recomponho depois.
Às vezes fico meio fora do esquadro
Então...
"Com o andar da coarroagem as melâncias se ajeitam"
Sou o que penso,
Não ligo.
Ou só ligo
E não penso.
Ou só sou,
Sem pensar.
Eu não presto para você,
Porque presto demais!

terça-feira, 14 de abril de 2009

É engraçado como a penumbra que antecede a tempestade me faz sentir estranha.
Detesto esse ar quente,
Mas me acalmo pela seu anuncio de chuva.


Sei que o vento que bate não leva minha angústia,
E que a água que enxarca tudo
Não lava a imundície que você fez.


Mesmo assim não torço pra que você se afogue na poça lodo que criou,
Ainda espero que o sol brilhe nos seus dias.


Mas quando a seca ardida castigar o teu caminho
Nem pense em respirar o ar úmido do meu!

domingo, 12 de abril de 2009

Pedido simples, para iluminar minha vida


Deixa eu respirar pronfundo

Essa paz que só a tua presença traz.

Deixa eu viver essa vontade do "sempre"

Que a tua companhia desperta.

Me dá tua boca para brincar,

Te entrega ao nosso jogo de sentidos:

Lábios, língua, dentes, pele, poros, hálito.

Sublime sensação de ti.

Me deixa livre pra te sentir.

sexta-feira, 10 de abril de 2009

Não me negue este pedido.

Preciso só mais uma vez,
Como um moribundo precisa de perdão,
Ver seu sorriso bem de perto.

Preciso, desesperadamente,
Com as mãos enxarcadas do tempo que passou
Tocar seu rosto sem culpa

E quero...
Com toda força do amor que ficou em mim
Te tomar nos meus braços

Te sentir...
vivo, quente, pulsando,
meu.

domingo, 5 de abril de 2009

Estavam os dois deitados na grama de mãos dadas, à sombra de uma árvore.
Alguém tacanho, com o coração sôfrego os observava.
Eles pareciam crianças descobrindo o mundo.
Estavam se descobrindo,
se descobrindo um o mundo do outro.

Ela olhando para cima, vendo as folhas brigarem com o vento, contava uma história.
Ele, com os olhos arregalados e brilhantes a fitava e escutava atentamente:

- Sabe, a menina de quem falo era delicada como uma boneca e sutil como o ar, mas passava pela vida dos que entravam no seu caminho como um vendaval! Quando resolvia ir embora só deixava seu perfume marcante para regar de nostalgia a vida dos que ficavam.
Entretanto, no momento que ela menos esperava perdeu sua liberdade. Foi encarcerada! Sua "auto-clausura" era delimitada por grossas barras de apego, dependência, sentimento doentio.
Por um longo tempo não teve espaço para se mexer, dentro de um cárcere que ela mesma construiu.
Sem espaço desaprendeu a andar, adoeceu, sentia a loucura se aproximar.
Quem a via de fora não entendia como aquilo havia ocorrido. Não era normal! Não com ela!
Bom, mas como todos já esperavam, um dia qualquer ela se livrou das amarras.
Gritou insanamente, chorou até desmaiar e depois de cambalear se recuperou...
aos poucos voltou a andar e se equilibrar sobre as próprias pernas.
Em pouco tempo já estava correndo outra vez! Tinha até destino certo agora! Deixou de ser errante.
Depois que voltou a andar encontrou o lugar mais calmo e feliz do mundo e era para lá que ela sempre ia.
Foi nessa parte da história, querido, que uma pedrinha pequena e rústica invadiu seu sapato. Ela estava no meio do caminho e decidida a não parar, então mexeu seu lindo pézinho como pode a fim de acomodar a pedrinha.
Sabia que se ela não se acomodasse em um cantinho que não causasse incomodo ela a trituraria de qualquer forma!
Faria da pedra, pó!
Estava convicta!
Nada mais limitaria seus passos.

Sabe, a história não acaba aqui, mas eu ainda não descobri final.
Ele era um menino esperto, compreendia o que ela queria dizer nas entrelinhas lhe narrando aquilo.
E quem estava escondido, atento a eles resolveu se recolher. Entendeu que era pobre demais querer frear uma felicidade ascendente por puro capricho!