quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Compreendes?



Amanhecera...
O céu esbanjava cor
O dia se revestia de um ar leve, um calor suave e
um vento breve, só para lembrar-lhe que estava viva.
Não sei ao certo o que de fato ocorreu,
Nem em qual parte do dia o vigor pereceu.
Aos poucos as nuvens foram escurecendo
E os relâmpagos contrariaram a escuridão.
Viu a chuva saciar a sede do calor,
E o vento arrebatar a paisagem.
Ouviu os raios arrebentarem o silêncio, mas
Era nos olhos dela que estourava o temporal.
Naqueles olhos verdes de primavera
Olhos beleza sem igual.
Na confusão de sua cabeça era dia, palavra, sanidade, insanidade, ontem, tempo, o nome, amanhã, pavor, surdez, música, pinheiro, sonho, ar rarefeito, o sonho, música música música, aquela letra, qual era mesmo o nome, vertigem, invenção, sonho, tontura, suor, tortura, eu sei, sonhei, não, por que, sai, saia, cama, corrente, nó, peso, passado ....
Está passando...
Vai passar...
passou...
passou...
já passou...
O pânico escapava de seus olhos.
Seus olhos frios de inverno, seu medo quente de inferno...
Um medo infernal.
A crise já vai indo embora com as nuvens,
A cor pro seu céu retorna.
E o vento bate leve em sua pele clara só para lhe lembrar que está viva.
Passou...
apesar de tudo
está viva.


(Ramona C. Reichert)

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