terça-feira, 12 de abril de 2011

Tudo e Nada

Ela era muita vida para pouco corpo,
Muita lida para pouco escopo,
Ela era muita raiz para pouco chão,
Muita fome para pouco pão.
Ela era toda dor do mundo transformada em recompensa e meu amor por ela, um bocado do amor dela pelo mundo.
Ela era toda a intensidade que irradia da luz mais forte, do frio mais cruel, do fogo mais atroz.
Ela era pura e era crua e era vida e era som e era cheiro e era doce e era minha e eu ninguém.
Ela estava em mim e além de mim,
Não por mim e nem para mim.Ela estava além de qualquer bem.
Era todo universo em cor e música
E eu, sequer alguém.
Era os meus olhos
E eu sequer achei espaço para os meus braços na imensidão que era ela.

Ramona C. Reichert

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