- Que foi?
- Nada.
- Você parece estranha.
- Não...
- Aconteceu alguma coisa?
- Claro que aconteceu. Aconteceu o que sempre acontece. Você vai, puxa meu tapete, me derruba, leva tudo embora e me bota chorando, então eu morro, me bato, me arrebento, me despedaço e quando não tenho mais alternativa eu renasço, reconstruo tudo devagar, passinho por passinho, tentando ser doce, tentando colorir, colocando as coisas-pessoas-sentimentos-saudades-sonhos-bobagens no lugar, é aí que você reaparece, volta, bagunça a casa, tira tudo do lugar outra vez, golpeia minhas certezas, planta dúvidas no meu quintal e me devolve a esperança... para que mesmo? Pelo prazer de levar ela embora outra vez.
- Pois é.
- É, pois é.
É do nosso poder deixar algumas portas fechadas.
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