domingo, 14 de junho de 2009

Eu via naquele rosto
Uma expressão saturada,
Ensaiando um sorriso
Que os músculos desmotivados não davam conta de sustentar.
Parecia inseguro,
Como quem dá passos no escuro.
Não sei o que eu procurava,
Mas já não via sequer resquício
Da antiga alegria exacerbada.
Será que eu procurava brilho naqueles olhos?
Se era, não encontrei. Só senti...
Por algo aquele olhar clamava.
Não! Não chorava! Mas implorava.
Havia deixado seu brilho em algum lugar do passado.
Não há como voltar aos lugares do passado,
São jardins cerrados onde jamais alguém irá entrar.
Sua beleza só é viva na memória dos que ali pisaram.
Nem se arrepender é eficaz,
Esses jardins nunca se abrem para uma segunda visita ou para um passeio que não foi dado,
Afastam-se no tempo e inutilmente tentamos os localizar nos momentos solitários.
Nem perca seu tempo!
O brilho pelo qual você reclama não lhe foi roubado.
Foi deixado, esquecido por você
Em algum desses jardins que o tempo tratou de levar para longe.
E ainda que você o encontre,
Ele não se abrirá.

Um comentário:

  1. Bom texto. Uma boa relação do passado e de lembranças...
    me fez pensar nos jardins que nunca mais entrarei...

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