terça-feira, 2 de junho de 2009

"Esta tarde eu parto.
Não venham se despedir.
Não quero levar a imagem do sorriso dos que invejam
Nem das lágrimas dos que lamentam.
Não quero levar nada daqui,
Sequer quero levar algo de mim.
Vou vazia, limpa, leve.
Deixarei aqui toda essa sujeira, toda a bagunça, a mesquinhez.
Todo o orgulho por esse nada que construi
e agora deixo ao tempo,
deixo para o tempo destruir enquanto parto.
Eu parto para o desconhecido,
eu parto à procura do que procurar,
assim mesmo, bem perdida
mas sem o peso das certezas, dos limites, das determinações.
Eu parto à procura de algo em mim
Deixo para trás o "para" mim
e procuro o "por mim"
Preciso de algo por mim.
Eu parto sem mãos a acenar,
parto sem culpa e sem ressentimento.

Sei que partir é mesmo o único modo
de fazer notar que um dia estive aqui. "

2 comentários:

  1. Caramba, eu vejo tanta coisa nesse texto...

    Vejo alguém que espera reconhecimento ("Sei que partir é o único modo de fazer notar que estive aqui").

    Mas, acima de tudo, vejo uma vontade imensa de se descobrir.
    Sei lá, mas acho que o único jeito da gente realmente se encontrar é abandonando todo o conceito existente a nosso respeito ("Sequer quero levar algo de mim").

    Sei que provavelmente não foi essa tua intenção ao escrever o texto, mas esse comentário serve pra te dar uma idéia das dimensões que tu consegue atingir, mesmo que involuntariamente.

    Preciso dizer que gostei?

    uehuaheuahuehauheauheuae

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  2. Oláaaaaaa macarroninha!!!
    Poxa, fazia tempo que eu não dava um olá aqui... que coisa...

    Bom mas agora vamos ao texto.
    O texto mostra muita coisa, muito de ti. E se for da época que estou pensando, foi um passo essa busca do "por mim" te fez bem. Muito bem, diga-se de passagem. hehe
    Resumindo, bom texto e espero que tu escreva mais! hehehe
    Bjuu

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