Tem dias que eu rezo ao contrário:
Não peço por mim, mas pelos outros,
Não desejo o bem, mas sim o troco.
Rezo para que cada um assuma o que fez
Porque fez
Para quem fez
E que se dobre inteiro de remorso sempre e toda vez.
Rezo para que cada um sinta a dor, tal qual provocou
E que seque por dentro tanto quanto aquele que chorou.
Não peço que minha dor pereça,
Peço que o estrago aconteça!
Não peço que isso me saia da cabeça,
Peço que tal memória os enlouqueça
E mate-os
Mate-os
E mate-os
Antes que outras vezes o dia amanheça.
Desejo que os fracos sofram por sua covardia
E que suas vítimas recobrem a alegria.
Eu desejo que os infames encontrem a hombridade,
Que deixem de esconder seus erros atrás dos alheios para que pareçam mais verdade,
Para que soem melhores, menores e se confundam com lealdade.
Visto que querem, que peçam a Deus piedade,
Não a mim, ser ingênuo, que da beleza do sentimento só ficou com a parte bruta,
Nunca mais a mim, ser cego, quase imbecil, que se entregou e conheceu a pior face da desonestidade,
E que só espera, por intervenção Divina, sobreviver nessa desilusão absoluta.
Ramona C. Reichert
Ramona C. Reichert
Texto forte, como sempre. Parabéns. As três últimas frases são perfeitas. Combinam comigo em alguns capítulos (ruins) da minha vida.
ResponderExcluirUm excelente domingo pra ti!
Beijo.