quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Nobre ou Imbecil?

Não é confusão
Ser assim, por ser só sentir.
É fato e é tão puro quanto dói.
Mas é
E em ninguém mais vi isso até então.

Não sei odiar,
Me tomo de ira e viro uma onda que engole o objeto do meu ódio e esparrama rancor por onde passa, forte, implacável, dura e cruel....
mas que nunca dura muito.
Minha maré de ódio logo baixa,
eu nasci para o amor.

Perdôo.
A bem da verdade eu sempre perdôo.
Se alguém tem que sofrer que seja eu mesma,
prioridade secundário da minha própria vida.
Tenho a frente sempre os outros
E no fim...
Amo o adversário.
Olho quem me parte ao meio com admiração por ter acertado a mira,
Por ter tido mais força que eu, porque não é fácil me derrubar.

Eu amo o inimigo.
E vejo beleza nele.
Sei que é o que me instiga...

Nobre ou imbecil?

A conquista é desafio e minha incapacidade para o ódio faz nascer o arrependimento alheio. 


Ramona C. Reichert 

4 comentários:

  1. A frase que mais me chamou a atenção foi "Olho quem me parte ao meio com admiração por ter acertado a mira" - isso tem muitos níveis, o que torna essa frase, na minha opinião, muito bem estruturada. Muito bom!

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  2. Bah, quem dera eu fosse assim...

    Gostei muito.

    Beijo.

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  3. Não é confusão
    Ser assim, por ser só sentir.
    É fato e é tão puro quanto dói.

    Ser alguém assim tão profundo é algo que hoje é visto como fraqueza, quando na verdade fraqueza é a necessidade de explicar tudo pra se sentir normal. Lindo poema!
    Beijos prima...

    =)

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  4. Vi-me em fragmentos nele.
    Pedaços tão meus nele escondidos.
    Deixo olhares, agora, distentidos.

    Obrigado, adorei!

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