Antes de amar-te, amor, nada era meu
Vacilei pelas ruas e as coisas,
Nada contava nem tinha nome,
O mundo era do ar que esperava.
E conheci salões cinzentos,
Túneis habitados pela lua,
Hangares cruéis que se despediam,
Perguntas que insistiam na areia.
Tudo estava vazio, morto e mudo,
Caído, abandonado e decaído,
Tudo era inalienavelmente alheio,
Tudo era dos outros e de ninguém,
Até que tua beleza e tua pobreza
De dádivas encheram o outono.
Poesia linda, linda de PABLO NERUDA.
Aproveitando, deixo uma indicação de leitura: O CARTEIRO E O POETA.
É incrível.
Esse eu já conhecia... Me foi apresentado, certa vez =P
ResponderExcluirBom ver ele aqui de novo, hehehe.
Esse poema é de devoção total... Incrível!
Pelo menos o meu outono foi repleto de dádivas do começo ao fim =D
heheh
Beijo!