quarta-feira, 16 de setembro de 2009

ANTES DE AMAR-TE


Antes de amar-te, amor, nada era meu

Vacilei pelas ruas e as coisas,

Nada contava nem tinha nome,

O mundo era do ar que esperava.

E conheci salões cinzentos,

Túneis habitados pela lua,

Hangares cruéis que se despediam,

Perguntas que insistiam na areia.

Tudo estava vazio, morto e mudo,

Caído, abandonado e decaído,

Tudo era inalienavelmente alheio,

Tudo era dos outros e de ninguém,

Até que tua beleza e tua pobreza

De dádivas encheram o outono.


Poesia linda, linda de PABLO NERUDA.

Aproveitando, deixo uma indicação de leitura: O CARTEIRO E O POETA.

É incrível.

Um comentário:

  1. Esse eu já conhecia... Me foi apresentado, certa vez =P
    Bom ver ele aqui de novo, hehehe.

    Esse poema é de devoção total... Incrível!
    Pelo menos o meu outono foi repleto de dádivas do começo ao fim =D
    heheh

    Beijo!

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