terça-feira, 11 de maio de 2010



Bem vinda velha amiga!
Quanto tempo não vimos?
Seis? Sete meses?
Não quero que entre, nem que sente, mas confesso que é bom sentir a doce vertigem e a larga liberdade que tua companhia me proporciona.
Quando estás comigo eu não penso em consequências.
Quando estás longe de mim eu não sofro consequências.
Não quero que vá embora, não pense isso, tenho um suave saudosismo dos dias que passamos juntas.
Só não quero que se demore, que me mude, que tudo desmorone.
Sim, eu sei que tudo de grande que fiz foi contigo ao meu lado.
Sei que não tenho coragem, que só tenho a ti quando preciso de qualquer impulso vital mais forte do que meramente existir.
Também sei que me escondo atrás de ti.
Que te uso para cobrir minhas dores, que te destaco para ofuscar minhas fraquezas.
Eu sei de tudo.
Sei quem sou sem ti, não sei quem sou contigo e sinceramente penso que prefiro não saber quem sou, assim eu me sinto maior.
Isso também não quer dizer que eu te quero aqui!
E não te querer aqui não quer dizer que estou te expulsando de minha casa.
Você vê?
Está vendo como fico confusa quando respiro o mesmo ar que você?
É...
A insanidade voltou e eu nem sentia saudade dela! (será que não?)
A camisa de força já vem abrindo os braços, me procurando para o abraço que eu a todo custo tentei evitar
Sabe o que eu acho?
Tem coisas na vida que transformam mesmo a gente.
Que a insanidade venha... vá...
Qualquer coisa que eu fizer com ela ou sozinha não mudará nada do que me transformou.
Mais insana ou menos insana, o fato é que nunca mais serei a mesma.

Ramona C. Reichert
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Esse texto não é autobiográfico,
e se for, o que se passa não é nada assim tão dramático.

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