sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Ela era toda miúda
E tinha os pés pequenos,
Mas nem por isso parecia delicada.
Estava viva apenas para sonhar.

Fora do seu quarto o mundo todo se ajeitava,
Colorido e acelerado.
Dentro do seu mundo, presa no quarto, nada aliviava
Escuro e estagnado.

Resignada à sua escolha,
Inconformada com a espera
Sabia que nada aconteceria.
Cabia a ela destrancar as portas ou seguir comovendo-se consigo mesma, só.

Seguia comovendo-se consigo mesma, só.
Abrindo as janelas só pra sonhar,
Desajustada à realidade que desejou. 

Ramona C. Reichert

5 comentários:

  1. Quando a gente olha para o mundo ele tem a tendência de mostrar o quanto tudo é diferente a nossa essência. Achei já algumas vezes ter nascido em algum século errado.

    Hoje sinto que: Tudo que nos afasta do todo é que nos faz únicos, é que nos faz grandes.

    Comece abrindo a janela e acredite no olhar que tem sobre o mundo.

    ResponderExcluir
  2. Duas partes que gostei "colorido e acelerado" - boa escolha de palavras; e gostei das palavras do início: é um autorretrato?

    ResponderExcluir
  3. Oi, Lucas...
    quanto ao autorretrato, nos falamos há um tempão e nunca nos vemos, ne?! Miúda e nada delicada eu sou.. mas como disse o Fabrício, acho que essa é mais a Clarice (uma personagem que criei).

    Beijoo
    Obrigada pelas visitas =D

    ResponderExcluir