terça-feira, 6 de abril de 2010

Estou ficando velha




Pois é, aqui estou eu, há alguns dias de completar 22 anos, pensando na minha vida, no que eu fiz, no que eu sou, no que eu me tornei.

Eu sou um emaranhado complexo de coisas tão simples...

Eu faço farelo quando como e não sei cozinhar, não sinto a ponta dos dedos dos pés, e há quem diga que meus pezinhos 34 são os mais lindos do hemisfério sul. Há quem diga também que quando estou feliz faço cara de criança em parque de diversão.
Eu não durmo se a porta do roupeiro estiver aberta ou a roupa de cama amarrotada, sem contar que nunca durmo menos de 8h por noite.
Dizem que eu pisco quando estou dormindo e não tem coisa que me dê mais sono que carinho na orelha ou que me irrite mais do que falar logo que acordo.
Eu tenho um conjunto de pintinhas no braço esquerdo que forma o cruzeiro do sul (só duas pessoas perceberam isso até hoje) e são poucas as meninas com 22 anos que não passaram dos 46 Kg como eu.
Eu só leio o que me interessa diretamente, sem considerar a importância literária. Absorvo o que me importa, descarto o que não me acrescenta.

Eu sou tão simples na minha complexidade...

Amadureci muito cedo, tracei metas de maneira precoce e desde então não perdi o foco delas. Tenho atingido todas com rapidez e já entendi que nada é impossível para mim.
Fui uma criança muito “adulta”, a adolescência veio pra mim como um grito de liberdade e hoje eu sou uma mulher que não tem medo de brincar de ser criança, de brincar de ser feliz, de brincar de ser rebelde, mas sem perder em nenhum momento o ar fatal que quem sabe o que quer e fuzila o que atravessar o caminho.

Minha disciplina sempre foi invejável, mas meus deslizes são tantos!
Minhas postura sempre me rendeu tudo de melhor, mas quando desço do salto faço o mundo parar (ou girar mais rápido, depende do ponto de vista).

Acho que não tenho mais pouso certo, embora mantenha o pulso firme. Não vivo mais com os meus pais, não vivo com o meu tio, não vivo com meu namorado, mas vivo um pouco com cada um. Estou sempre com a mala feita e dentro do carro, nunca sei onde vou passar a próxima noite, mas se ainda tivesse meus avós talvez vivesse com eles. Acho que o único lar que tenho efetivamente de uns tempos para cá é o Cartório, esse sim é meu ambiente.

Aprendi tanta coisa desde que comecei a encarar a vida de frente.
Aprendi que ficar sozinho é mesmo tão ruim quanto parece e que o corpo responde quando a mente adoece.
Aprendi que quando adoecemos os fracos se afastam e que ás vezes nos sentimos feridos pela atitude de quem só quer nos proteger.
Aprendi também que para um desequilíbrio o melhor castigo é estender a mão e não virar as costas.
Aprendi que quem nos odeia no fundo nos inveja.
E aprendi a não odiar, a não invejar: eu sou tudo que quero, como quero e consigo o que for.
Há quem veja meus deboches como ódio, não se supervalorizem tanto! É mero escárnio.

Mas principalmente, aprendi que quem parte para o outro lado fica neste como anjo, e que quem parte só para outro lugar deste mesmo lado não deixa de ser meu anjo por estar mais longe.

Sei lá mais o que eu mudei ou no que me tornei com o passar desses 22 anos.
Só concluo que não tenho talento para o fracasso e que os outros que tenham medo de mim, porque o meu foi embora com a síndrome do pânico e não tem nada mais que me segure nessa vida.

Ramona C. Reichert

4 comentários:

  1. E se a gente viver sem aprender, qual é o real sentido?
    Quando a idade traz conhecimento sobre o mundo e sobre nós, é experiência. Se não, é só velhice.

    Fico feliz por estar tão presente na tua vida neste último ano.
    Feliz por ter aprendido contigo e junto contigo.
    Feliz não por ter visto algo que ninguém viu, mas simplesmente por também ver algo em ti ;)

    Feliz porque lembro do dia em que tu fez esse blog, e de como tu estava disposta a deletar ele antes mesmo de começar, porque estava tendo problemas pra postar o primeiro texto... auhauhauuauha.

    Acho admirável a tua postura definida e tua definição fiel de ti mesma (na qual eu te ajudei, portanto, créditos pra mim também =P).

    Mesmo que nossas vidas estejam apenas começando, certas coisas já estão definidas.
    Teu futuro é grande e teu destino é o sucesso, isso eu sei.

    Parabéns. Não pelo texto, nem pelo aniversário.

    Só por ti.

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  2. Mona Mona Mona....

    Palavras de uma menina mulher que explica ela mesma... Muitos dizem que são os outros qque sabem quem verdadeiramente somos..
    Mas na verdade somos o que queremos ser!!

    Ninguém disse para o besouro que ele jamais poderia voar...
    E ele passa os dias nas alturas... e por mais tombos que caiam ele sempre voltam e voam mais alto!!

    E esta é a Ramona...
    Depois de tantos tombos renasce cada vez mais forte!! A pequena gigante!!

    Mona... nós nunca nos falaram aonde não podemos chegar!! E por isso vamos voar cada vez mais alto!!! E quando alguma de nós for cair, temos as mãos para dar e Voar Cada Vez Mais Alto!!

    A Felicidade depende de cada um... E me orgulho em te ver cada dia mais Feliz e mais Vitoriosa!!

    E vou estar sempre ao teu lado, torcendo por você e sempre que precisar estendendo a mão para chegarmos ao infinito!!

    Te Amo!!

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  3. Olá Ramona...obrigado pela visita ao meu blog. Não estou retribuindo a visita apenas por mera formalidade, mas pq gosto do seu jeito de escrever e da maneira como vc usa as palavras. Tenho grande estima pelo nome Ramona, acho muito bonito. Espero que me visite mais vezes. Um abraço!

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