Hoje a chuva não permitiu que a luz se mostrasse
A água levou mansamente as horas do dia
Agora, a noite vem chegando com aquela aragem que bate na pele como se dissesse: - você está vivo!
E eu aqui, trancado.
Trancado no escuro, no fundo, no fim.
Trancado em mim.
Aqui, ardendo em febre
Transpirando saudades, ausências, ansiedade.
Uma febre nostálgica
Aqui, cultivando o egoísmo
Aquele de quem quer encurralar, agarrar, amarrar.
Mas o que?
A pergunta é:
Quem?
Eu continuarei aqui
Sentindo o coração bater oco,
Dizendo que ainda pulsa em mim o sangue
Sentindo o ar pesado
Dizendo que meus pulmões ainda precisam dele
Sentindo meu corpo
Dizendo, gritando, com a aragem da noite
Que fisicamente ainda vivo.
Talvez a noite traga algum conforto,
Apazigúe o susto que é saber disto
Preciso mesmo dormir/morrer um pouco.
Poema antigo que não diz muito sobre mim atualmente (ainda bem! hehehe), mas está valendo!
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